A praça coronel João Verçosa ou da matriz de Nossa Senhora da
Conceição tem sua origem por volta de 1798 (século XVIII), quando o missionário
carmelita frei José Álvares das Chagas construiu a primeira capela de palha e
barro dedicando-a a Virgem da Imaculada Conceição – Santa Padroeira do
Município. Segundo os registros antigos do município o local anteriormente era
um cemitério indígena provavelmente dos índios Mawés, antigos habitantes do
lugar, visto que o local onde foi construída a praça e posteriormente a cidade,
anteriormente era uma aldeia Sateré Mawé.
A comprovação de que o local era um cemitério indígena foi
revelado por ocasião das escavações dos alicerces da nova matriz paroquial de
forma arredondada em 1976, onde os operários encontraram urnas funerárias
contendo restos mortais e utensílios indígenas pertencentes à tribo Mawé. A
praça foi cenário de importantes acontecimentos históricos como: a rendição dos
980 cabanos da revolta da Cabanagem que entregaram suas armas para as forças
imperiais comandadas pelo cel. José Coelho de Miranda, fato ocorrido em 25 de
março de 1840. Os grandes eventos religiosos também ocorreram na localidade com
as missas celebradas pelos primeiros bispos do Pará e Amazonas, entre eles: D.
José Afonso de Moraes Torres por ocasião de sua visita episcopal a Maués em
agosto de 1847, D. Frederico Benício de Souza segundo bispo do Amazonas em
1911, onde na ocasião de sua visita fundou o apostolado da Oração da paróquia
do Município.
Oficialmente o local começou a funcionar como praça municipal
em 1920, e nessa época a praça era ornada por prédios públicos como: coletoria
de rendas (antigo mercado municipal) construído em 1910 pelo intendente
municipal Adolfo Cavalcante; a antiga
matriz construída pelos carmelitas em 1853; o cruzeiros paroquial; a Intendência
Municipal, além das residências e comércios das famílias dos Michiles, Magnani,
Faraco e outras. Na década de 1950, o prefeito municipal Homero de Miranda Leão
mandou construir um obelisco em homenagem ao poema o “Guaraná” – Lenda do
Guaraná Cerêçáporanga por ele criada, contendo um quadro em bronze com uma
escultura de uma nativa morta e ao lado dois indígenas, e um brasão do Amazonas
em cimento armado pintura em amarelo ouro - e uma praça com bancos para o lazer
da população maueense. E foram plantadas também árvores de benjamizeiros e
palmeiras nativas da região.
REFORMAS E REPAROS
No final da década de 1970, a praça foi demolida e junto
levou o antigo mercado municipal, e pouparam somente o antigo obelisco
municipal em homenagem a lenda do Guaraná de Cerêçáporanga. Em 1979, a praça
sediou a primeira Festa do Guaraná de Maués criada pelo ex-prefeito Carlos José
Esteves, na década de 1980 na gestão do ex-prefeito Edilson Negreiros, o local
recebeu o nome de cel. João Verçosa em homenagem ao primeiro Superintendente
Municipal de Maués, cujo busto do referido governante foi instalado na praça.
Já na gestão do ex-prefeito Luiz Macedo Cavalcante na década de 1990, a praça
foi toda reformada e emoldurada com novos traços arquitetônicos sem
descaracterizar os traços antigos. E em 2006, a antiga praça foi completamente
demolida, destruindo a história do mais importante logradouro municipal onde
nasceu a cidade de Maués.
A praça cel. João Verçosa ou da matriz de Maués
é um lugar histórico, mas no local não encontra-se uma placa que informe a
importância da mesma para o município de Maués. Seus traços antigos foram
destruídos, mas não se apagou a memória e a importância dela para os poucos que
ainda conhecem seu glorioso passado.
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